RODOLFO MARCO TEÓFILO
Rodolfo Marcos Teófilo nasceu em 6 de maio de 1853, na cidade de Salvador, Bahia, e faleceu em Fortaleza no dia 2 de julho de 1932. Foi farmacêutico, graduado pela Faculdade de Medicina da Bahia; tornou-se um sanitarista de renome graças à luta que, de maneira filantrópica, enfrentou no combate à Varíola. Foi romancista, contista, cronista, professor de ciências naturais, historiador e poeta. Ver: MARTINS, José Murilo (org.). Poetas da Academia Cearense de Letras (1894-2009).
Bibliografia: — "Campesinas", Fortaleza; "Os Brilhantes", romance, 1895; "Maria Rita", romance, 1897; "O Paroara", romance, 1899; "Secas do Ceará" (segunda metade do século XIX), 1901; "Varíola e Vacinação", 1905, outro volume em 1910; "Memórias de um Engrossador", 1912; "A Fome" (cenas de sêca); "Homens e Coisas do meu Tem¬po"; "Lira Rústica"; "Telésias"; "A Sêca de 1919"; "Cenas e Tipos"; "Reino de Quia-to"; "O Invejado"; 'Violação" (novela); "História da Vida do Ceará"; "Monografia de Mucunã"; "Ciências Naturais em Conto"; e "Botânica Pitoresca".
REZENDE, Edgar. O Brasil que os poetas cantam. 2ª ed. revista e comentada. Rio de Janeiro: Livraria Freitas Bastos, 1958. 460 p. 15 x 23 cm. Capa dura. Ex. bibl. Antonio Miranda
RESSURREIÇÃO
Não viste, poeta? O campo requeimado
Era como o animal, que hiberna ao frio
E morto espera no calor do estio
Que volte a vida ao corpo inanimado.
Campos, florestas, tudo enfim tostado!...
Só esqueletos de um negror sombrio,
Hirtos, de pé, sofrendo o desvario
Do sol, que em pleno azul dardeja irado.
Nos áridos sertões, nos bebedouros,
Mortos de sede urravam magros touros,
E a terra gota d´água não vertia!...
Das ruínas desse incêndio que tu viste,
Desse solo combusto, negro e triste,
Surgiu a vida no correr de um dia.
Página publicada em dezembro de 2019
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