LUIZ ALBERTO MONIZ BANDEIRA
Luiz Alberto Dias Lima de Vianna Moniz Bandeira é bacharel em Direito pela Faculdade Brasileira de Ciências Jurídicas (1960) , doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (1980), Professor Titular de História da Política Exterior na Universidade de Brasília (aposentado) e Doutor Honoris Causa pelas Faculdades Integradas do Brasil-UniBrasil (2006) e pela Universidade Federal da Bahia (2009). Atualmente reside na Alemanha, onde já foi professor visitante nas Universidades de Heidelberg e Colônia. Já foi professor visitante na Universidade de Estocolmo, Universidade de Buenos Aires, Universidade Nacional de Córdoba (Argentina) e Universidade Técnica de Lisboa. Em 2006, foi eleito Intelectual do Ano 2005, pela União Brasileira de Escritores (UBE), com o patrocínio da Folha de São Paulo, por causa da publicação da obra "Formação do Império Americano". Em 2008, foi designado Cônsul Honorário em Heidelberg, República Federal da Alemanha, com jurisdição sobre o distrito governamental de Karlsruhe, subordinado ao Consulado-Geral em Munique. Possui mais de 20 obras publicadas, dedicadas principalmente ao estudo da política exterior e das relações do Brasil com os Estados Unidos e a Argentina, bem como Alemanha. Continua a pesquisar sobre os temas de História Contemporânea, Política internacional dos Estados Unidos, Relações Internacionais e América Latina. Sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil (IHGB), do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHBa) e da Academia de Letras da Bahia . (Fonte: Currculo Lattes)
"Luiz Alberto Moniz Bandeira é um dos poetas mais finos da nova geração baiana. Tanto na poesia tradicional, discursiva, medida e rimada como nos ensaios de poesia concreta ou neoconcreta, mostra os seus claros dotes de artista seguro de sua expressão." Manuel Bandeira (Jornal do Commercio, 31 de maio de 1961)
De
Luiz Alberto Moniz Bandeira
POÉTICA
Rio de Janeiro: Record, 2009
143 p. ISBN 978-85-01-08790-4
Obra editado com o apoio da Fundação Pedro Calmon,
Secretaria de Cultura do Governo da Bahia e
Núcleo do Livro Leitura e Literatura.
Libertar o tempo
limpar a memória
beber a espera
quebrar todas as grade do tempo
libertar o tempo
BRANCO
Luz fluindo na sombra
água no branco
som no silêncio
Branco som no silêncio.
Branco
sono
silêncio
O FRUTO
Não há flores para te ofertar.
Os ventos passaram, as folhas caíram
e só teu corpo resta
como fruto maduro
que minhas mãos não colheram.
Não há flores para te ofertar.
Só quatro paredes cheias de infinitos.
Da esperança que foste,
da madrugada sem dia,
só teu corpo restan
como fruto maduro
que minhas mãos não colheram.
A morte surpreendeu o ave no voo.
O GRITO
A solidão sangra.
O silêncio sangra.
Sangra o grito em voz
— grito sem garganta —
em espasmos contidos.
Os sinos dobram,
continuam dobrando,
e o grito, o eco do próprio eco,
vai rolando,
vai rolando,
e crescendo,
como o rumor das ondas — quebrando-se,
grito da tortura do amor sem posse,
do desejo esmagado pelo momento de espera.
x
(De Uma coroa para Margot)
Torna o passado forma de utopia,
quando o futuro já se faz perverso
e não permite nada ver diverso
da morte que na vida se anuncia.
A busca do passado é que alivia
e tento resgatar em cada verso
reminiscências em que estou imerso
e que me causam tanta nostalgia.
Presente não existe. È tão fugaz
esse devir constante e permanente
que logo no passado se desfaz.
O tempo escorre, flui, continuamente,
torna o presente no passado, mas
o passado revive no presente.
Página publicada em julho de 2010
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