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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

JOSÉ LAGO JR.

 

Poeta, ator e jornalista, é natural de Salvador (1959), mas cresceu em Santo Amaro da Purificação - BA. Atualmente é repórter do jornal A Tarde. Publicou Dúbio Labíolo - Transparência (Salvador: BDA-Bahia, 1996).

 

IARARANA – revista de arte, crítica e literatura.  Salvador, Bahia. 
            No.  2 – 1999.
Ex. bibl. Antonio Miranda

 

Se da dúvida do não eu sempre fizer a dúvida do sim, pode ser que eu ame muito mais.

(Com hamizade, para Gerana Damulakis)

 

 

Ale luz, Ale luz!

 

Um rastro de anémonas desenhou-se à superfície dos mares.
Uma raridade só vista de raspão.

Ainda se podia vislumbrar o Imenso das coisas; sua Indimensão
Uma música rasgou o ar sem vento.

Mas não maculou o silêncio, (deixou-se lá, inerte e em movimento,
como sempre esteve)

Havia uma cor tangencial, cor de fruta madura no meio da queda,
Cor de vapor na serra, cor de abóbora na hora em que brota.

Eterna cor de hamor.

Os rios largaram as nascentes, esqueceram as chegadas.

A água corria solta, sem destino, sem amarras, sem eira nem beira,

Sem nada.

Agua, apenas.

Agua no ventre da água.

O fogo casou com a luz e clareou. Clareia fogo, clareia luz!

Um raio gaguejou no ar, e a chuva se embolou de rir. Ele sorriu, ela sorriu; os dois sorriem sempre que querem.

Uma jabuticaba amadureceu, e no meio da queda tinha aquela cor linda de jabuticabas quando caem em nome na natureza.

Era a beleza pura, era pura a iluminação.

O fogo casou-se com a luz (e vice-versa) e ponto final.

 

 

Horas namíbias

 

Eu vou contar este deserto, este deserto na garganta
(desespero de alguns)

Trava de caju nascido sem castanha
Amargo ríspido de mamão-macho
Estranha inopção

Certeiro desencanto
Suor suado na alma
(já disseram: um homem tem mais o que fazer além de amar e/ou ser amado)

Cuidados
Neste deserto, cães silenciam
Caravanas estancam ao redor de si mesmas

Erma — e por isso pura — é a noite desértica nas amídalas Ardem os troncos nascidos sem raízes
Caules sem pulmões

O último que por aqui passou, esqueceu de ficar
— Alah nos proteja, gritou, mas não se ouviu

Astros soturnos, coturnos desnecessários: não há a quem chutar as canelas
Espera cárdica, ardil de poucos

Esporas óbvias
De prata
Vagalumes passeiam sob o disfarce do dia claro
( há mais o que fazer que se amar...)

Areias finas
Noturnos
Tempestades suplicam mais espaço

Areias
Milhares de grãos invadem o esófago

Afago. Afeição
Deserto, dunas, indivisão

Ciclopes vexaminosos
Neste deserto, claro, incerto

Certo, só Alah, que brinca aqui, ali, acolá

Imensidão namíbica,
Visão enganosa de Alah
Miragem de mentes férteis

 

Página publicada em junho de 2019


 

 

 
 
 
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