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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto e biografia: wikipedia
 

JOSÉ CARLOS CAPINAM 

 

Cineasta, músico e poeta.

 

José Carlos Capinam, mais conhecido como Capinam ou Capinan (Esplanada, 19 de dezembro de 1941), é um poeta e músico brasileiro, imortal da Academia de Letras da Bahia.

 

Nascimento:       19 de dezembro de 1941.

Local de nascimento    Esplanada, estado da Bahia, Brasil.

 

Poeta desde a adolescência mudou-se para Salvador aos 19 anos, onde iniciou o curso de Direito, na Universidade Federal da Bahia.

 

Em 1996, publicou o livro de poemas Uma Canção de Amor às Árvores Desesperadas.

 

“Poesias” livro editado pela LPm, em 1996 e 2009.

 

 

 

        POETA E REALIDADE
(A viagem lúcida)


De minha certeza me organizo.
Tenho a coerência de todo ser que vive e se elimina.
Guardando a precária exatidão de seu sentido.

Ando sem possibilidades de por mim mesmo
Retornar à sombra da árvore antiga.
Não uso olho e língua para criar Deus em mim.
Em mim a dor humana eliminou a condição divina.

Hoje parto sem desespero, sem melancolia,
Parto sem me deixar na sala dentro de qualquer lembrança.
Carrego inteira a memória
E a pouca preparação do real.

Parto como quem vê.
Como quem morde fundo e distingue longe.
Assim parto sem lágrimas.
Para estar lúcido e compreender a viagem.
 

 

        MADRUGADAS DE NARCISO

A Ildásio Tavares

         Encalho nas madrugadas as minhas velas em farrapos
Sou eu mesmo os marinheiros
Sou eu mesmo a cabotagem
Sou eu quem traça os portos do roteiro
E torna em desespero a bússola da viagem

Náufrago nas madrugadas
Mas eu mesmo me faço nadar em vão as mais longínquas
praias
Sou eu a maresia, a calmaria e a tempestade
Sou eu mesmo a terra à vista
Inalcançável

 

 


4 POETAS   4 GRAVADORES.  Florisvaldo mattos; josé carlos capinam; fernando da Rocha peres; godofredo filho  ——  emanuel araujo; sônia castro; calazans neto;gley. Gravura de Henrique oswald ceidia pela família do artista.            Apresentação gráfica: Sônia Castro.  Salvador, Bahia: Editora Casa Grande, Gráfica      Santa Rita Ltda, 1966.  Edição: 200 exs  
Ex. bibl. Antonio Miranda




POETA            JOSÉ CARLOS CAPINAM
GRAVADOR      SÔNIA CASTRO
  


canto iv
 
o homem-senhor tem existência
sobre posses e governa.
boca estreita, de algarismos,
corpo de lodo e pedras.

grito, de lobo e lâmina,
memória, de cifra e boi,
fome extinta e lucros feitos
dos que, sobre a terra, trabalham presos.

(o homem-senhor reina
mas, coitado, nem sabe
que todos os reinos caíram ontem.)

não sabe ele as palavras
em trânsito, e a vida,
lavra de ouro, comércio,
nosso medo e vosso espanto.

tudo, avisamos, em trânsito,
(as relações de trabalho)
pastos, pontes, rios e posses.
avisamos o tempo de homens claros.
  



POESIA SEMPRE. Ano 5  Número 8.  Editor Geral: Antonio Carlos Secchin.  Rio de Janeiro: MINISTÉRIO DA CULTURA / Fundação BIBLIOTECA NACIONAL, 1997.
452 p.   ISSN  0104-0626   No. 10 927   
Exemplar da Biblioteca de Antonio Miranda
 

 

Uma canção de amor às árvores desesperadas


FRAGMENTO                 

 

I

Corpo da terra, cinzas colinas, nuvens cinzas
Nem pareces uma fêmea em atitude de entrega
Meu corpo que tanto te deseja, quanto te beija,
Fez saltar três filhos do fundo da terra.

Quisera te receber, Neruda, como Ossain
E de cada folha das florestas americanas
Encontrar o remédio para sobreviver
Às furiosas noites de fogos desta cruel origem ibérica.

Ainda não cai a hora da vingança. E teu poema diz ainda te amo.
Corpo calcinado das angiospermas, bromélias, plantas,
Como  recuperar dessas auroras de guerra
Das fendas tamoias, eu, ogan das tristezas do mundo.

O corpo da terra? Persistirei nas oferendas
Persistirá minha sede, pelos caminhos indecisos do planeta,
Combatendo a ânsia dos perversos e buscando a rede
Onde a infinita mão do acaso tece a esperança.

 

 *
Página ampliada e republicada em setembro de 2025

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