CRISTÓVÃO BARRETO
Cristóvão Barreto nasceu em Oliveira dos Campinhos, município de Santo Amaro, Bahia, aos 23 de julho de 1836. Filho do professor de Latim, Vitorino José Teles Barreto. Exerceu a advocacia, como provisionado, e o magistério. Arqueólogo. Poeta satírico e jornalista, foi diretor do "Jornal de Amargosa". Falecido aos 21 de maio de 1905.
Bibliografia: — "Lendas e Prebendas", Bahia, s/data.
REZENDE, Edgar. O Brasil que os poetas cantam. 2ª ed. revista e comentada. Rio de Janeiro: Livraria Freitas Bastos, 1958. 460 p. 15 x 23 cm. Capa dura. Ex. bibl. Antonio Miranda
VAQUEIRO
Chapéu, gibão, perneiras, guarda-peito,
Dá-lhe o veado, empresta-lhe o carneiro,
Mas as gualdrapas do alazão fragueiro,
Sem brida e com jarrete de ação feito,
Ei-lo no campo o doido do vaqueiro!
A rês bravia, o carrascal estreito!
Ei-lo, zunindo temporal desfeito,
Firme na sela — passa, o homem — pampeiro!
Bromélias, cactos, moitas de juremas,
Rompe, atropela, vence as pobres emas,
Frias de susto, mortas de cansaço.
Fossos, veredas, córregos, espinho,
Riachos e pedras, tudo lhe é caminho,
E além rebenta devorando o espaço.
Página publicada em dezembro de 2019
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