ECOPOESIA – POESIA SOCIAL
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CRISTHIANE FERREGUETT
Professora adjunta da Universidade do Estado da Bahia - UNEB/ Campus X desde 1998. Doutora em linguística pela PUC-RS (2014) e Mestre em Estudos de Linguagens, pela Universidade do Estado da Bahia - Uneb (2008). Licenciada em Letras, habilitação em Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa, pela Universidade do Estado da Bahia-UNEB (1995). Pós-graduada em Psicopedagia (1999) e especialista em Linguística Aplicada à Produção de Texto (2000). Integra, como pesquisadora, os grupos Tessitura: vozes em (Dis)curso e Enunciação em Perspectiva; Grupo de Estudos Interdisciplinares em Cultura, Educação e Linguagens - GEICEL e o NUPEEES -Núcleo de Pesquisa Ensino e Extensão em Experiência do Sensível ? todos certificados pelo CNPQ. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Linguística Aplicada à Produção de Textos; Análise do Discurso e Enunciação. Atua principalmente nos seguintes temas: discurso, produção discursiva, gêneros do discurso, enunciação, mídia e publicidade infantil. Faz parte, desde 2013, da Rede Brasileira Infância e Consumo - REBRINC, uma rede horizontal e colaborativa que reúne, virtual e presencialmente, pessoas físicas, instituições e movimentos de todas as regiões do país interessados nas temáticas infância e consumo. Ocupa a Cadeira n° 03 na Academia Teixeirense de Letras - ATL.
Biografia: ESCAVADOR 2020
PROVÉRBIOS DA LAMA. Antologia poética. Organização Rodrigo Starling. Belo Horizonte: Starling, 2020. 204 p. ISBN 978-85-990511-3-5
BUARQUEANDO
Bye,bye, Brasil
Outra vez
Dói o coração
Não dá para falar muito não
Assim que a queimada passar
Eu acho que vou viajar
Meu amo
O fogo aumentou o calor
Novo Progresso?
Vai dar não
A estrada fechou
O fogo alastrou
Altamira no Pará?
Também incendiou
Dia do Fogo
Floresta virou pasta/pasto
Nem adianta ventilador
O tatu cego ficou
A onça pintada morreu
A cobra esturricou
Ai que dor
Meu amor
Agosto de fogo
Que desgosto
Eu vi queimar
Rondônia Acre Amapá
Mato Grosso Amazonas Pará
Meu amo
Ai que saudades de ti
ESTÁTUAS
Mariana no centro da praça
Estátua viva de barro
Movimentos lentos
Imperceptíveis???
Agora ninguém pode se mexer...
Estátua???
Brumadinho estátua viva
Coração pulsa sob o espesso barro
A lágrima escorre na face
E desce rodando, rodando...
Agora ninguém pode se mexer...
Estátua!!!
Mariana olha piedosa para ele
Brumadinho
Roda, roda no lugar
Ninguém aqui pode cair
Agora ninguém pode se mexer...
Estátua!!!
Mariana se move
Escorre lama
Explode barro
Nada Vale nada
A onda cresce
Uma onda de barro
Sufoca a mata
Menina Mariana
Menino Brumadinho
Meninos e meninas de nossas minas
Das nossa Minas Gerais
Página publicada em setembro de 2020
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