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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

 

POESIA BARROCA BRASILEIRA

 

ANTÔNIO DE OLIVEIRA

 

Membro da Academia Brasílica dos Esquecidos,  academia de letras do Brasil Colônia fundada em 1724, sob o patrocínio do vice-rei D. Vasco Fernandes César de Meneses na cidade de Salvador, na Bahia.

 

Aos nobilíssimos Acadêmicos no abrir da Academia

 

Soneto

Achado no Poema do Príncipe dos Poetas Espanhóis

 

                                                                   Canto Oitava Verso

Enchem-se os peitos todos de alegria                 2       89       5

com tantas qualidades generosas,                      1       74       6

que excedem as sonhadas fabulosas                   1       11       6

as festas deste alegre e claro dia.                       10     75       7

 

Eis aparecem logo em companhia                       1       45        1

Musas de engrandecer-se desejosas,                   1       11       4

que coroas vos tecem gloriosas                           10     142      8

com mostras de devida cortesia.                         1       56        4

 

Quanto pode de Atenas desejar-se                      3       97        5

tudo o soberbo Apolo aqui reserva                      3        97       6

no templo da suprema eternidade.                      1        17       8

 

E de Helicona as Musas fez passar-se                  3         97      3

o valeoroso ofício de Minerva                              3         97      2

ilustrado com a régia dignidade.                         10        54      3

 

*

 

Soneto em louvor do mui feliz

e poderoso Rei de Portugal

 

 

Oh feliz Portugal                       Do teu aumento

Mui suspensos estão                 Os mesmos Fados

Vendo os quatro Impérios          Mui prezados
Introduzidos                             Iá no esquecimento

As Profecias já com                   O complemento

Louvam os teus progressos        Afamados

(Tantas vezes por                     Muitos desejados)

Os quais fazem pasmar             O entendimento.

Se o último Império é o             Quinto

És tu o quinto Império               Uventuroso

Neste QUINTO                         IOAM Rei soberano.

Humildes já confessam             (No que sinto)

Os primeiros que em letras       Tão pomposo

Requintado és                          Ó quinto Lusitano.

 

*

 

Converte a Deusa Diana a Pirene em fonte.

 

Décima

 

Tanto Pirene chorou

Que em fonte se converteu:

Mas Diana que a ofendeu

Por que em fonte a transformou?

Porque como desejou

Ter uma fonte perene

(Qual a famosa Hipocrene)

De Pirene a fonte faz:

Porque no nome já traz

O ser perene Pirene.

 

LIVRO DOS POEMAS.  LIVRO DOS SONETOS. LIVRO DO CORPO. LIVRO DOS DESAFOROS.     LIVRO DAS CORTESÃES. LIVRO DOS BICHOS..  Org. Sergio Faraco.   Porto Alegre: L.P. & M., 2009.   624 p   ISBN 978-85-254-1839-5                Ex. bibl. Antonio Miranda

 

Poema extraído da seção: Livro dos desaforos

 

 

A UMA DAMA DESDENTADA

Um anel o deus do amor
de rubins mandou encravar
e só por não levar
não lhe quer diamantes por.
Já tem com alto primor
feito o anel mais brilhante;
porque achou o deus amante
esses lábios carmins,
pois entre tantos rubins
não vê um só diamante.

 

*

VEJA E LEIA outros poetas da BAHIA em nosso Portal:

 

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/bahia/bahia.html

 

Página ampliada e republicada em agosto de 2022


 

 

 

Página publicada em dezembro de 2018


 

 

 
 
 
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