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POESIA AMAPAENSE

Indicação de Angela Maria de Carvalho*

 

RODRIGO FERREIRA

TIAGO QUINGOSTA

 

Rodrigo Ferreira nasceu em 27 de dezembro de 1988, em Belém, capital do Estado do Pará, tendo saído ainda pequeno para Macapá, no Estado do Amapá, onde ainda vive. E estudante de Letras da Universidade Federal

do Amapá e possui mais de duzentos poemas escritos, além de contos e um romance, ainda não publicado. Seus poemas quase sempre tratam da mitologia grega, da qual é admirador. Inspirado nos escritos do poeta árcade Tomás António Gonzaga, escreve os seus versos desde os

dezesseis anos e os assina sob o pseudónimo Odisseu Castro.

 

Tiago Quingosta nasceu em 11 de setembro de 1987 em Macapá, capital do Estado do Amapá. E advogado e poeta inspirado pelos escritores românticos, realistas, naturalistas e simbolistas. Amante das literaturas brasileira, inglesa e francesa, da música erudita e do cinema clássico, encontra na poesia sua maior forma de expressão desde os quinze anos.

Hoje possui mais de setecentos poemas escritos, dentre eles poemas publicados na Antologia Poética 2012 da editora Vivara e na Antologia Brasilidades - vol. 5, da Câmara Brasileira de Jovens Escritores. Em 2012

recebeu o Trofeu Equinócio da Palavra, na 49a Expofeíra Agropecuária    do    Amapá.

 

FERREIRA, Rodrigo; QUINGOSTA, Tiago.  Foz florescente.  Paraty, RJ: Selo Off Flip, 2013.  80 p.  14x21 cm.  ISBN 978-85-62705—16-8  Ilustração da capa: Carla Antunes.   Col. A.M.

 

As águas do Lete

 

Desengano, só vivi desengano

que tanto nessa vida se apresenta

eu nadei no Aqueronte de tormenta

também vaguei sem rumo entre tiranos.

 

Meus lábios encostei nos de profanos

provei de dor que ninguém mais aguenta

quem sempre desse Inferno experimenta

não quer mais lá ficar pêlos seus anos.

 

Mas depois de todo esse sofrimento

no rio Lete derramei o meu lamento

bebi das águas que de tudo esquecem.

 

O vento me levou à sua presença

jogando, para bem longe, a descrença.

Estou de volta à vida, é o que parece.

 

 

Meu povo, minha história

 

Dos Aristés e Cunanis aos Galibis, Waiápis, Palikur e
                                                           Karipunas.

Do Adelantado de Nueva Andaluzia ao povoado de
                                                           Macapá.

Da Capitania do Cabo Norte ao Território.

Do Território ao Estado.

Da Vila de São José de Macapá à Cidade de Macapá.

Do Forte de Santo António à Fortaleza de São José.

Dos nativos aos escravos.

Da Mazagão Africana à Nova Mazagão.

Da Nova Mazagão ao Mazagão Velho.

Das drogas do sertão ao ouro.

Do Contestado à República de Cunani.

Da República de Cunani ao Laudo Suíço.

Da Lenda da Pororoca à Lenda da Pedra do Guindaste.

No Amapá, histórias, lendas, mitos, pessoas, crenças,
                                                         vidas existem...

E ainda há quem diga que não...

Deve ser porque nem toda história que alguns assistem

passa na televisão!

 

 

Dicotomia

 

Já provei de homens e mulheres nessa vida

de alegrias e tristezas

de dúvidas e certezas

do quente e do frio

do corpo e da alma

do doce e do salgado

do bonito e do feio

do mel e do fel

do sol e da lua

do novo e do velho

do cheio e do vazio

do simples e do complexo

no entanto nunca havia provado do teu ósculo e do teu amplexo

 

 

 

 

 

 

*Quando de minha visita a Macapá, em novembro de 2013, para participar do Festival Quebramar, Angela Maria de Carvalho levou-me à Biblioteca Pública onde me cederam alguns títulos de livros de poesia publicados pela Secretaria de Estado da Cultura e pude fotografar, ainda que precariamente, posters com poemas de autores amapaenses. Depois fomos a uma livraria onde foi possível obter mais alguns títulos, que serviram para ampliar a nossa seção de poesia do Amapá. Angela Maria teve uma livraria e agora se dedica ao programa local de incentivo à leitura.

 

 

Página publicada em dezembro de 2013

 


 

 

 
 
 
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