GLORIANNA CUNHA

Rio Branco, Acre, Brasil.

Bacharel em Filosofia, em 2004, e pós-graduação em Filosofia Política, em 2008.  Estudou na Faculdade de Teologia e Filosofia, em Rio Branco, no Acre.

VOZES DE AÇO.  XVIII Antologia poética de diversos autores. Homenagem à poeta Astrid Cabral.  Org. Jean Carlos Gomes.  Volta Redonda, RJ: Gráfica Drumond, 2016.        100 p.       21 x 15 cm      
Ex. bibl. Antonio Miranda

IMPERFEITA

Assim sou, dotada de inteligência, de linguagem e capaz de
decidir.
Humana igual aos meus semelhantes com as mesmas
                       características e qualidades.
Com um diferencial: sou capaz de pedir perdão e perdoar.
Falhas e erros caminham lado a lado comigo, ora tropeço,
                                              caio e levanto.
Preciso continuar.
Sentir é uma percepção desenvolvida que experimento e
aflora no meu ser.
A sensibilidade impressiona, no chorar ou sorrir de alegria,
faz parte da minha rotina.
A imperfeição humana é visível, sou imperfeita, mesmo o
corpo sendo uma consciência magnífica.
Nos detalhes, observa-se o perfeito em mim.
O perfeito está no meu coração e na minha alma, onde 
existe o amor em porções dobradas.
                                              

 

 SINAL DE VIDA

 

São tantas as histórias de amor, que a minha provavelmente não
faria nenhum sentido ou muito menos chamaria a atenção de
alguém.
Mesmo porque, sabemos que nas imensas plateias são valorizados
somente os contos dos famosos, tanto que não ousaria ser um
Shakespeare com seu clássico
Romeu e Julieta nem Dante Alighieri com sua lenda Beatrice,
ou ainda Gibran com sua Mary Haskell.
Porém todos têm a sua própria história... Não quero prender
nenhum leitor na arquibancada da vida, nem farei a melhor

               alegoria, pois são incontáveis os gênios que já o fizeram.

 Meu cenário é simples, composto de céus e estrelas, sol e lua,
terra e mar,
Jardins com jasmins e rosas, vida brotando da terra, chuva a cair
e arco-íris a surgir...
Eu, no anonimato onde somente Deus sabe bem quem sou, não
ousaria falar dos meus contos nem sobre o pulsar o meu coração.
Não preciso impressionar, arrancar lágrimas ou suspiros de emoção.
Eu, na calada da noite, na companhia das mais brilhantes estrelas
com a lua a sorrir, esperando o sol chegar para ir embora no mais
profundo silêncio, pois sei que todos adormeceram.
Agora o tique-taque do relógio emitindo seu som dita a hora  
propícia em que irá fluir a inspiração...
A hora é agora! Na minha imaginação vejo meu príncipe encantado
chegar.
Mesmo sem ser Cinderela, ouço trombetas de anjos a tocar.
O mais belo clarão surge quando o céu se abre e você vem de lá,
na forma de anjo.
Deus preparou tudo quando escolheu você para ser meu par.
E me entregou você, o mais perfeito e especial amor: SINAL DE
VIDA.

 Página publicada em setembro de 2020