DOMI CHIRONGO  
                Domi Chirongo é um terráqueo que  nasceu pela primeira vez em 1975. Orgulha-se de nunca ter saído de África,  embora tenha tido uma infância coberta de viagens com a família pelas  diferentes províncias de Moçambique. 
                Ele é licenciado em Psicologia e  Pedagogia e Pós-Graduado em Saúde Pública. Tem colaboração dispersa em vários  órgãos de informação nacional e estrangeira, para além de ter publicado o  romance “XIDAMBANE – Um pequeno Africano Vítima das Cheias”. 
                É membro do SNJ (Sindicato  Nacional dos Jornalistas), MISA-Moçambique (Instituto de Comunicação Social da  África Austral), Cine-Clube, da associação “Esperança para Todos” e membro  de direcção da SOMAS (Sociedade Moçambicana dos Autores).  
                Atualmente é também presidente da  União Nacional dos Escritores (UNE), uma associação da qual é fundador. 
                  
                ANUNCIANDO  UM POETA 
                  
                A notícia 
                já circulava 
                nos bastidores 
                da cidade 
                das acácias 
                mas como que 
                a combater 
                o boato 
                cedo 
                certo jornal 
                anunciou 
                o renascimento 
                de um intelectual 
                talvez o número um 
                ou mesmo três 
                mas agora 
                a ordem 
                não interessa 
                o que importa 
                neste momento 
                é reconhecer 
                que meu presidente 
                é um poeta 
                presente 
                quem duvida 
                que viva 
                até Novembro 
                pra escutar 
                os cantares 
                dos tambores 
                neste dois mil 
                e seis 
                  
                  
                O DIA QUE  INVEJEI MEU PRESIDENTE 
                  
                Tenho prosa 
                publicada  
                em livro, 
                não tenho 
                poesia! 
                Mas sou poeta 
                desde 
                a primeira 
                hora, 
                sinto isso. 
                Se me perguntassem 
                o que gostaria  
                de ser 
                em Novembro? 
                Sem consultar 
                Wycliffe Jean 
                responderia 
                Presidente 
                de Moçambique, 
                só pra viver 
                o parto 
                de meus versos 
                em livro. 
                  
                  
                MEIA-NOITE 
                  
                Era dia 
                mas nas minhas 
                mãos claras 
                esfolhava 
                meia-noite 
                quando 
                de súbito 
                deparo-me 
                com uma página 
                invulgar 
                quarenta, suponho 
                era a Ana, 
                o Lourenço 
                e o Armando 
                não o Artur 
                mas como ele 
                falavam 
                literatura... 
                especificamente 
                poesia. 
                Quem diria! 
                  
                  
                Obs. O  texto foi adaptado à ortografia vigente no Brasil. 
                   
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