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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


AMILCAR CABRAL

 

 

Amílcar Cabral (Bafatá, Guiné-Bissau, 12 de Setembro de 1924 — Conacri, 20 de janeiro de 1973) foi um político da Guiné-Bissau e de Cabo Verde

 

Filho de Juvenal Lopes Cabral e de Dona Iva Pinhel Évora, aos oito anos de idade, sua família mudou-se para Cabo Verde, estabelecendo-se em Mindelo (ilha de São Vicente), que passou a ser a cidade de sua infância, onde completou o curso liceal em 1943. No ano seguinte, mudou-se para a cidade de Praia, na ilha de Santiago, e começou a trabalhar na Imprensa Nacional, mas só por um ano, pois tendo conseguido uma bolsa de estudos, no ano de 1945 ingressou no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa. Após graduar-se em 1950, trabalhou por dois anos na Estação Agronómica de Santarém.

 

Contratado pelo Ministério do Ultramar como adjunto dos Serviços Agrícolas e Florestais da Guiné, regressou a Bissau em 1952. Iniciou seu trabalho na granja experimental de Pessube percorrendo grande parte do país, de porta em porta, durante o Recenseamento Agrícola de 1953 adquirindo um conhecimento profundo da realidade social vigente. Suas atividades políticas, iniciadas já em Portugal, reservam-lhe a antipatia do Governador da colônia, Melo e Alvim, que o obriga a emigrar para Angola. Nesse país, une-se ao MPLA.

 

Em 1959, Amílcar Cabral, juntamente com Aristides Pereira, seu irmão Luís Cabral, Fernando Fortes, Júlio de Almeida e Elisée Turpin, funda o partido clandestino Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). Quatro anos mais tarde, o PAIGC sai da clandestinidade ao estabelecer uma delegação na cidade de Conacri, capital da República de Guiné-Cronacri. Em 23 de janeiro de 1963 tem início a luta armada contra a metrópole colonialista, com o ataque ao quartel de Tite, no sul da Guiné-Bissau, a partir de bases na Guiné-Conacri.

 

Em 1970, Amílcar Cabral, fazendo-se acompanhar de Agostinho Neto e Marcelino dos Santos, é recebido pelo Papa Paulo VI em audiência privada. Em 21 de novembro do mesmo ano, o Governador português da Guiné-Bissau determina o início da Operação Mar Verde, com a finalidade de capturar ou mesmo eliminar os líderes do PAIGC, então aquartelados em Conacri. A operação não teve sucesso.

 

Em 20 de janeiro de 1973, Amílcar Cabral é assassinado em Conacri, por dois membros de seu próprio partido. Amílcar Cabral profetizara seu fim, ao afirmar: "Se alguém me há de fazer mal, é quem está aqui entre nós. Ninguém mais pode estragar o PAIGC, só nós próprios." Aristides Pereira, substituiu-o na chefia do PAIGC. Após da morte de Cabral a luta armada se intensifica e a independência de Guiné-Bissau é proclamada unilateralmente em 24 de Setembro de 1973. Seu meio-irmão, Luís de Almeida Cabral, é nomeado o primeiro presidente do país.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/

 

 

 

REGRESSO

 

Mamãe Velha, venha ouvir comigo

o bater da chuva lá no seu portão.

É um bater de amigo

que vibra dentro do meu coração.

 

A chuva amiga, Mamãe Velha, a chuva,

que há tanto tempo não batia assim...

Ouvi dizer que a Cidade-Velha,

— a ilha toda —

Em poucos dias já virou jardim...

Dizem que o campo se cobriu de verde,
da cor mais bela, porque é a cor da esp´rança.
Que a terra, agora, é mesmo Cabo Verde.

— É a tempestade que virou bonança...

Venha comigo, Mamãe Velha, venha,
recobre a força e chegue-se ao portão.
A chuva amiga já falou mantenha
e bate dentro do meu coração!

 

 

     

      ROSA NEGRA

 

Rosa,

Chamam-te Rosa, minha preta formosa,
e na tua negrura

teus dentes se mostram sorrindo.

Teu corpo baloiça, caminhas dançando,

minha preta formosa, lasciva e ridente

vais cheia de vida, vais cheia de esperança

em teu corpo correndo a seiva da vida

tuas carnes gritando

e teus lábios sorrindo...

Mas temo a tua sorte na vida que vives,

na vida que temos...

amanhã terá filhos, minha preta formosa

e varizes nas pernas e dores no corpo;

minha preta formosa já não serás Rosa,

serás uma negra sem vida e sof rente,

serás uma negra

e eu temo a sua sorte.

Minha preta formosa não temo a tua sorte,

que a vida que vives não tarda a findar...

minha preta formosa, amanhã terás filhos

mas também amanhã...

... amanhã terás vida!

 

 

 

Página publicada em outubro de 2009; ampliada em janeiro de 2016.


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