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Outro trabalho muito válido é o seguinte, considerando a importância da Língua na formação e preservação da Identidade:
Language, Identity, and the Internet
A Língua sempre teve um papel importante na formação e expressão da identidade.
O papel da língua e do dialeto na construção da identidade torna-se ainda mais central na era pós-moderna, à medida que outras formas de identidade estão sendo desestabilizadas, incluindo as raças.
Explora a relação entre língua e raça, assim também raça e identidade na era da informação. Examina o papel específico que a língua tem no cyberespaço. Finalmente, ilustra estas questões ao examinar experiências dos havaianos no uso da Internet como instrumento de promoção e revitalização de sua língua nativa.
Se a língua assume um papel cada vez mais importante na formação da identidade na era da informação, qual será o papel da língua no cyberespaço?
Enquanto a raça ainda é considerada uma fonte de opressão, a dinâmica da raça foi transformada pela velocidade das mudanças sociais e econômicas da era da informação.
Novos padrões de imigração, casamento, emprego, e interação significam que a dinâmica étnica nos EUA não é mais fundamentalmente de Brancos X Negros, mas de uma complexa rede de múltiplos conflitos criados pelo nacionalismo, religião, gênero, raça e cultura.
A língua exerce um importante papel neste novo mix, na medida em que representa um poderoso e flexível meio para a afirmação da identidade contra a homogeneização cultural.
A Internet não gera novas dinâmicas sociais totalmente novas, no entanto, ela magnifica algumas das já existentes.
A globalização amplia o papel do Inglês como uma língua franca, internacionalizada, enquanto a reestruturação abre espaço para outras línguas nacionais e locais se reafirmarem: dá uma oportunidade para aqueles que lutam contra a hegemonia da língua inglesa.
Sherry Turkle sugere que a questão da identidade no cyberespaço seria “Quem somos Nós?” :
.” Se o (dialeto) havaiano é uma indicação de uma tendência futura na América, como eu acredito que seja, então o “nós” será cada vez mais alguém que usa o Inglês padrão em certos espaços da Internet mas que escolhe línguas alternativas ou dialetos em outros domínios na web, e que o exercício desta escolha representa um ato de resistência cultural contra a homegeneidade da América branca e monolingüística
Com relação à identidade de minorias, o caso dos gays, lésbicas , bissexuais e transexuais é recorrente e vai abaixo um exemplo significativo:
“Recriando as raízes” é um trabalho sugestivo que aborda a resistência de línguas e dialetos que tentam sobreviver em sociedades culturais hegemônicas. Parte do pressuposto de que a Internet, ao mesmo tempo que impõe padrões mundiais (globalização),também abre espaços para a reconstrução e reagrupamento de culturas dispersas geograficamente.
Reinventing Roots New media and national identity
Piet Bakker Amsterdan 1999 A Internet pode transformar-se num importante veículo de transmissão de idéias relativas à identidade nacional, principalmente para os povos que perderam ou deixaram sua terra natal. Os sem-pátria.
Completeza de uma identidade significa representá-la pelos seus aspectos de todo tipo possível: artísticos, culturais, musicais, gastronômicos, símbolos nacionais, turismo, política, etc. Resgate e difusão de produtos e valores culturais.
Portanto, aumentar o número e a qualidade de conteúdos nacionais é uma demanda e um desafio enorme que o Brasil está enfrentando hoje não somente para assegurar a nossa presença futura na rede mundial mas principalmente para dotar a sociedade brasileira dos recursos, produtos e serviços de informação adequados às nossas necessidades e condições sociais, econômicas e culturais. (SOCINFO, BRASIL, 2000)
Resumindo, a sociedade se organiza em torno de uma CULTURA, que é uma maneira de ver o mundo, através de um conjunto de idéias implícitas e explícitas, que acabam predominando entre as possíveis.
O conceito de IDENTIDADE CULTURAL impõe-se nesse contexto, o que implica também na noção dos CONTEÚDOS desejáveis e necessários no pretendido processo de informatização/socialização. (SOCINFO, BRASIL 2000)
Agora apresenta-se o fenômeno das comunidades virtuais:
Virtual communitiesComunidades virtuais
O escopo das comunidades: existem comunidades centradas em interesses comuns (amantes da música, criadores de animais, filatelistas, crentes de que a terra é plana, etc.) enquanto que a supremacia dos brancos e o fanatismo islâmico compartilham uma ideologia comum.
Estamos interessados principalmente neste último tipo de comunidades: gente que compartilha idéias e crenças, que não se limita a um tópico e que participa, compartilha, promove e defende estas idéias e crenças.
Identidades instituintes, de baixo para cima, e até as de resistências, opostas àquelas de cima para baixo: identidade instituída (“oficial”).
Os estudos de Lisa Nakamura são representativos de uma vertente que analisa os Cybertipos e sua relação com raça, etnia e identidade na Internet:
May 24, 2005 Cybertypes: Race, Ethnicity, and Identity on the Internet
Lisa Nakamura ISBN: 0415938368
Online Stereotypes / Estereotipos em linha O Cyberespaço
Seduz-nos com a promessa de uma utopia em linha – uma rede de identidades fluidas e suas infinitas possibilidades. Quando a gente pergunta pelos sinais da liberdade em linha – desde as conversações (chat) até a cyberpunk fiction - estamos quase que inevitavelmente exigindo nossa própria “liberação” de nossos corpos e de seus atributos “limitantes” como sejam a raça, o gênero, e a idade.
Mas Lisa Nakamura, especialista em cybercultura, afirma que a raça sempre se coloca na Internet.
A noção de raça talvez não seja fixa ou finita, mas Nakamura argumenta que os estereótipos raciais – ou “cybertipos” – são inculcados (estereotipados) nas interações em rede: em “identidades” reconhecíveis como as da gheisha asiática e do amante latino.
Os diretórios na Web estreitam muito as categorias raciais. Usuários anônimos da rede assumem sua condição de brancos.
“The harder race is pushed off-line, the greater the consequences in real life for people of color.”
Não obstante, Nakamura acredita na possibilidade de uma real e provocante discussão em torno da questão dos “Cybertipos” como uma forma valiosa de entendimento das raças e identidades na era da informação.
Outro texto revelador refere-se à relação entre literatura e construção de identidades e as variáveis interpostas:
Hypertext poetry and essays exploring the connections of identity such as race, class, gender, and sexuality. The Identity Web By Sarah Elizabeth Spring, 2000
Na tentativa de explorar a interatividade da web sobre a própria raça, classe social, gênero e identidades sexuais, Sarah Elizabeth criou uma página com textos de poesia e prosa.
Os textos são interligados para ressaltar os formadores de identidades que formam e informam sobre nossas vidas e a política. O ethos pós-modernista, pós-estruturalista de nosso tempo pode ser interpretado como uma tentativa de transformá-los em meros textos alheios à formação de nossas próprias identidades...
O objetivo de Sarah é explorar os caminhos pelos quais nós realmente somos agentes na construção de nossas identidades.
Ela acredita que cada um dos textos que inclui na página tem validade independente mas, em conjunto, eles podem enriquecer-se, explicar-se, e aprofundar-se na relação com os outros, pela leitura.
Identity and Anonymity: Some Conceptual Distinctions and Issues for Research
Documenting Individual Identity. Princeton University Press, 2001.
Um texto sobre identidade e anonimato, parte de uma obra coletiva sobre o tema geral da identidade, que merece uma leitura se estivermos interessados no aprofundamento das questões pertinentes. Mas não faz uma relação mais estreita com a sociedade digital.
Em seguida, uma panorâmica dos textos em português, na Internet. A busca revelou a mesma intensidade de conteúdos sobre questões comerciais e empresarias mas foi possível descobrir alguns trabalhos valiosos sobre o tema em questão.
A INTERNET QUE NOS PROTEGE
por Luana Negrelly Saraiva e Adilson Cabral
RESUMO
A partir de uma análise das relações interpessoais nos canais de chat, pretende mostrar a Internet como um espaço de proteção da mesma sociedade repressora que a criou, abrindo portas para o desenvolvimento e o resgate dos valores humanos. Ao perceber a Internet como um novo e determinante meio de comunicação que está mudando as formas de relacionamento entre pessoas e grupos, pretendeu investigar nesse artigo até que ponto as relações interpessoais poderão mudar após o surgimento da Internet, pois várias pessoas em todo o mundo já estão online e muitos internautas passam a trocar momentos de sua vida social ‘real’ pela ‘virtual’.
A Internet, como um meio inovador de comunicação, surge para romper barreiras preconceituosas, delimitadoras do desenvolvimento emocional do indivíduo, que, ao mesmo tempo, percebe a necessidade de sentir sem medo as emoções da vida, exaltando sua própria natureza e se permitindo conhecer e desfrutar sua existência na sua totalidade, sem temer a rejeição causada pelos obstáculos que a própria sociedade criou para sua aceitação.
A velocidade e o imediatismo da Internet são características que determinam cada vez mais os comportamentos dos usuários.
Através das telas dos programas de bate-papo e do espaço livre para escrever, o internauta sente que suas emoções podem ser expressadas e sentidas com a mesma ou maior intensidade que são sentidas na vida real.
O homem está aprendendo a lidar com o que não é material. Cada indivíduo 'navegante' desse mundo virtual determina a função da Internet em sua vida, mas todos encontram nela a fuga das pressões psicológicas, físicas e emocionais da sociedade que desprotege. O mais fascinante é a sensação de ter encontrado um hipnotizante e sedutor caminho que leva cada ser humano a abrir seu coração e sua alma para o mundo e saber que os seus valores são a sua verdadeira identidade
Comunicação e Tecnologia Disciplina COM-104 - Comunicação e Tecnologia do Departamento de Comunicação da Facom/UFBA Prof. Dr. André Lemos
Perda de identidade é a maior ameaça" de Londres:
afirma o diretor da área de serviços de segurança da Symantec, Jeff Ogden:
Uma das coisas interessantes é que, na verdade, perder os detalhes do seu cartão de crédito é menos importante, hoje em dia, do que perder sua identidade.
Sexta-Feira, 10 de junho de 2005
A seguinte matéria revela a opinião de um dos especialistas que participaram dos grupos que discutiram e redigiram o Livro Verde da Socinfo:
JC e-mail 2258, de 11 de Abril de 2003.
Identidade do Brasil na Internet deve ser explorada
O Brasil já tem uma identidade forte na Internet, que deve ser mantida e explorada. A bandeira foi levantada por Ivan Moura Campos, ex-coordenador do Comitê Gestor da Internet no país,que proferiu palestra a respeito, nesta quinta-feira no auditório do MCT, em Brasília
De Portugal vem um texto interessante sobre a blogosfera:
Nónio Search Cultura, Ciência e Tecnologia
Internet: Humor e identidade na blogosfera ( e no nonio)
Contributed by timshel on Tuesday, June 24 @ 13:29:35 WEST Topic: internet
Este artigo propõe-se reflectir sobre os limites do humor e sobre aspectos relacionados
"embora por si mesma não determine a evolução histórica e a mudança social, a tecnologia (ou a sua ausência) molda a capacidade de transformação das sociedades, assim como os usos que aquelas, através de um processo conflitual, resolvem dar ao seu potencial tecnológico1 ".
As identidades mudam de facto no ciberespaço. As múltiplas possibilidades deste meio electrónico transformam-na, tornando o eu em algo múltiplo, desfragmentado, mas simultaneamente, mais liberto para experimentar novas formas de ser.
Além disso, as inúmeras comunidades on-line permitem que os indivíduos se associem em torno dos seus interesses sem constrangimentos sobre as suas mais profundas fantasias ou taras, uma vez que na rede há espaço para todas, permitindo-lhes encontrar pessoas com gostos comuns, por mais bizarros, e socializar em torno de matérias do seu interesse. escolher ser quem quer, descobrindo, desta forma, novas formas de ver o mundo que podem até eventualmente alterar, através da sua vida virtual, a sua existência 'real'. O mesmo acontece nas comunidades virtuais.
Por outro lado, embora a expressão do eu na rede seja esteticizada e adornada também pelas nossas fantasias, isso só traz algo de novo para quem nos conhece apenas on-line.
Isto é, nas relações virtuais, cada um se mostra como gostaria de ser, como fantasia, de tal forma que posso não corresponder ao mesmo eu no espaço 'real', mas se só socializo na Web, onde a mente comanda e já não o corpo, posso ser quem sonho, e isso não fará de mim menos eu.
Poema de Antonio Miranda
Para Luiz Alberto Machado
Arte gráfica de Carmen Fulle (Chile)*
Os meus vários eus se desentendem e se ofendem em posições irreconciliáveis.
Os meus vários eus se defendem como podem exacerbando as divergências.
Entro em pânico e me recolho execrando minha existência múltipla e contraditória.
Tento a paz, a indulgência mas a confusão se instala em minha consciência sem qualquer escapatória.
. Nem dormindo se apazigua a guerra, contígua àquela atração fatal dos contrários que se anulam pela contrafação - pelos comentários antagônicos de eus agônicos e arbitrários de um total desentendimento.
E por falta de melhor argumento vão àquela lavra maneirista do recurso redivivo do “palavra-puxa-palavra” do saudoso Mario Chamie
O FATOR DE UNIÃO NACIONAL
Poema de Antonio Miranda
“E fizeram filhos nas senhoras e nas escravas”. OSWALD DE ANDRADE
Gilberto Freyre garante
com farta e firme documentação
que a unidade brasileira se deu
antes pela religião que pela língua.
Pode ser. Ou não.
Se pelo número de igrejas: a nação mais católica... Pela catequese e reduções de índios e escravos. Cristãos-novos, conversões. Pelo exclusivismo religioso pela Santa Inquisição.
Nem tanto pela devoção. Uma relação promíscua com o santo familiar, a quem se pedia tanto e se punia e blasfemava quando nada acontecia...
Santos afogados, emborcados, enterrados...
Escapulários e figas-de-guinéum certo ou incerto fetichismo (animismo e até animalismo) mesclado ao culto de Deus e nossa paixão pelo Encarnado num sincretismo de terreiro e pajelança.
Se estamos de passagem para onde é que vamos? Melhor perguntar, de onde viemos. Esse messianismo sem Deus: injustiça na terra como no Céu.
O que uniu o Brasil foi o misticismo ou a mestiçagem?
Do livro-poema TERRA BRASILIS (em fase final de produção) 2004-2005. http://www.antoniomiranda.com.br/terrabrasilis.htm
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