| EDNA PEREZ BÉRTOLA     Uruguaya. Como artista plástica  ha participado en numerosas muestras individuales y colectivas. Escribe  cuentos, infantiles y poesías. Participó de Letras del desamor, sello aBrace,  2005. Prepara su primer libro de cuentos fantásticos.      TEXTOS  EN ESPAÑOL  -  TEXTOS EM PORTUGUÊS   LETRAS DE BABEL 3. Antología  multilíngüe.  Montevideo: aBrace  editora, 2007.   225 p.  Ex. bibl. Antonio Miranda
     Sólo mío   Ese  trozo de cielo es  sólo mío: me  pertenece. Cada  noche lo cuido con  mucho celo. Mi  rebaño de estrellas me  pertenece Cada  noche en silencio desde  mi hamaca, cuento  yo mis ovejas por  si me faltan. Mi  rebaño de estrellas me  pertenece, y  ese trozo de cielo, y  este silencio.         Héroe anónimo   Obrero del andamio, héroe anónimo de hazañas cotidianas, arriesgas tu vida a cada instante, por pocas monedas, por nada de gloria. El deberte guía. Tus hijos te esperan. Artista ignorado, creador de sueños, eriges palacios sobre suelo yermo, mezclas el cemento con sudor y esfuerzo. Construyes los nidos que moran los cuervos. El sol te achicharra, te azotan los vientos, los amaneceres te encuentran despierto. Y al anochecer de fríos inviernos vuelves a tu hogar rendido y hambriento.         Vida   La vida corre  inquieta por mis venas y mis pies andariegos no paran un instante
 de risas y sonidos mi boca siempre llena.
 Siento el calor, el viento, la humedad del rocío,
 el dulzor de los frutos y la acidez del vino,
 perfumes y sabores saturan mis sentidos.
 Al huracán me entrego girando en torbellino
 y me baño en los mares violentos y bravios.
 Subo por arco iris de música y sonidos
 hasta tocar las nubes con mis manos tendidas
 ¡ Soy feliz, estoy viva!
         Silencio   ¡Y de pronto, el  silencio...! Profundo y misterioso,  vistiendo tules negros, me invita a  descansar de tanto ruido... Las voces del  silencio me aprietan los oídos y mis labios  cerrados, no emiten ya suspiros. Debo aprender a  amar este silencio porque será muy  negro, largo y denso Este silencio eterno, silencio de la  muerte y el olvido...       Niño de cobre   Niño de cobre y de  sol, niño sudamericano
 Ojos de carbón de leña,
 ojos de amatista pura
 Creces junto a ríos y lagos
 igual que flaca espadaña
 Y te trepas por las sierras
 junto a guanacos y llamas
 O te ocultas en la sombra
 de la recóndita selva
 Cuerpo de tierra y de agua,
 que el sol convierte en cerámica
 Soplas tu flauta de caña,
 bates tu tambor de cuero
 Te bañas en verdes aguas,
 pescas con boya de ceibo
 ¡Libre crece con tus sueños,
 hombre sudamericano!
       TEXTOS  EM PORTUGUÊSTradução de ANTONIO  MIRANDA
       
                    
                              MEU APENAS
 Essa fração de céu
 é  minha apenas:
 me  pertence.
 Cada  noite cuido-a
 com  muito zelo.
 Meu  rebanho de estrelas
 me  pertence.
 Cada  noite em silêncio
 desde  a minha rede,
 conto  com minhas ovelhas
 se  acaso me faltam.
 Meu  rebanho de estrelas
 me  pertence,
 e  esta fração de céu,
 e  este silêncio
 
   
 HERÓI  ANÔNIMO
 
 Operário de andaime,
 herói  anônimo de façanhas diárias,
 arriscas  a vida a cada instante,
 por  algumas moedas,
 por  nenhuma glória.
 O  dever te guia.
 Teus  filhos te esperam.
 Artista  ignorado, criador de sonhos,
 ergues  palácios sobre solo ermo,
 mesclas  de cimento
 com  suor e esforço.
 Constróis  os ninhos
 em  que vivem os corvos.
 O  sol te assa,
 te  açoitam os ventos,
 as  alvoradas te encontram desperto.
 E  no anoitecer de frios invernos
 voltas  ao teu lar
 rendido  e faminto.
       
                           V I D A 
 A vida acontece  inquieta por minhas veias
 e  meus pés andarilhos não param um instante
 de  risos e sons minha boca sempre cheia.
 Sinto  o calor, o vento, a umidade do orvalho,
 a  doçura das frutas e a acidez do vinho,
 perfumes  e sabores saturam meus sentidos.
 Ao  furacão me entrego rodando em torvelinho
 e  me banho nos mares violentos e bravios.
 Subo  pelo arco-íris de música e sons
 até  tocar as nuvens com minas mãos estendidas
 Sou  feliz, estou viva!
 
 
 
 SILÊNCIO
 
 E de repente, o  silêncio...!
 Profundo  e misterioso, vestindo tules negros,
 me  convida a descansar te tanto ruído...
 As  vozes do silêncio pressionam os ouvidos
 e  meus lábios fechados, não emitem mais suspiros.
 Devo  aprender a amar este silêncio
 porque  será muito negro, longo e denso
 Este  silêncio da morte e do olvido...
        
                    
                      NINHO  DE COBRE
 Ninho de cobre e de  sol,
 ninho  sul americano
 Olhos  de carvão de lenha,
 olhos  de ametista pura
 Cresces  junto a rios e lagos
 como  uma fraca espadana
 E  sobes pelas serras
 junto  aos guanacos*e lhamas
 Ou  te ocultas na sombra
              De  uma recôndita selvaCorpo  de terra e de água,
 que  o sol converte em cerâmica
 Sopras  tua flauta de cana,
 bates  teu tambor de couro
 Tomas  banho em verdes águas,
 pescas  com boia de corticeira
 Livre  cresces com os teus sonhos,
 homem  sul americano!
            *mamífero  ruminante utilizado como besta de carga nos Andes meridionais.
       Página publicada em setembro de 2020
 
 
 
             
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