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MARIA QUINTANS
Maria Quintans nasce em 1955 e vive em Lisboa. Poeta, dramaturga, faz parte da criação da Revista Inútil, onde foi diretora editorial. Foi também editora na Hariemuj Editora, Cama de Gato Editora e Edições Guilhotina. Tem publicados os livros de poesia Apoplexia da Ideia, Chama-me Constança, O Silêncio, A Pata da Cabra e Décimo Terceiro Andamento & Chama-me Constança. Inicia-se na escrita de dramaturgia em 2015, com o monólogo Décimo Terceiro Andamento. Escreve também em 2016 a peça Este Não Sou Eu, peça infanto-juvenil. Tem poemas incluídos em várias antologias e revistas portuguesas e brasileiras. Se me Empurrares Eu Vou é o seu primeiro livro na Assírio & Alvim.
O PRISMA DE MUITAS CORES. Poesia de Amor portuguesa e brasileira. Organização Victor Oliveira Mateus. Prefácio Antônio Carlos Cortes. Capa Julio Cunha. Fafe: Amarante: Labirinto, 2010 207 p. Ex. bibl. Antonio Miranda
O amor
desenhei uma cicatriz no rosto.
um parapeito a chegar ao impossível.
concentrei-me tanto que a notícia chegou depressa ao umbral
da porta. a banheira estava cheia e a margem tinha musgo
enrolado em tapetes de pedra. foi por aí que os sábios se
embrulharam em planos
tridimensionais, eu não sabia nada. a minha técnica de
desaparecimento era conhecida só pelos sábios do ponto-cruz.
o coração apertava e o sangue saltava no excesso da boca. juro
que era capaz de fazer um cubo sem levantar o lápis embora a
vibração da terra me fizesse cócegas no cotovelo. e enquanto
desenhavas o passo eu apertava-te a mão e inventava a teoria
do lápis no tornozelo. como se fosse o cotovelo. novelo de meu
amor.
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Página publicada em janeiro de 2021
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