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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

DIOGO ALCOFORADO

 

 

Espinho -  (1937) Poeta, pintor e professor. Diplomado com o Curso Superior de Pintura da ESBAP (Escola Superior de Belas Artes do Porto) em 1965 e licenciado em Filosofia pela Faculdade de Letras do Porto em 1976, fez ainda o Curso de Ciências Pedagógicas da mesma faculdade. Em 1977 passou a leccionar Estética no Curso de Filosofia da Faculdade de Letras do Porto, onde se douturou em 1990 com a dissertação “Sentido Trágico da Ideia Baudelaireana de Modernidade – Alguns Aspectos da Práctica Pictórica Francesa: de Coubert a Cezanne”. Foi cofundador dos cadernos de poesia “Exercício de Dizer”, onde publicou as séries “Sete Meditações Sobre os Rios” e “Sete exercícios de Pura Circunstância”, inseridas nos volumes colectivos Exercícios de Dizer (1977) e Terra: Porto. Publicou a série “A Miragem: Onze Meditações em Forma de Sonetos” na revista Nova Renascença (n.o 10, 1983). Está representado em algumas publicações colectivas de poesia. Tem ensaios sobre problemática estética ou outros domínios da Filosofia publicados em várias revistas.

(Fonte da biografia: /www.asa.pt)

 

 

 

ELOGIO DO DESENHO

 

 

I.

Apenas o mover-se desafia

outro impulso, - a mobilidade

dos músculos contrácteis onde há-de

abrir-se a imagem que devia

 

ao tempo cada corpo: doação

ou gesto que em si se silencia.

Que medo ou que dor, - ou só: que via

desdobra a passagem dessa mão

 

por sobre afolha lisa?turbação

tornando-se rigor? ou alegria,

ou forma de serena gravidade

 

no centro desmedido de tal chão?

E um rasto imenso já se guia:

transparente, na luz que o invade.

 

                   (revista Hífen)

 

 

 

2.

Deslumbra-se a parte que merece

o deslumbramento: a mão correndo

entre folhas suspensas quase sendo

presente que o corpo estremece

 

no selo de seu termo. Evidência:

de súbito silêncio, de frágil

equilíbrio instante sobre ágil

caudal. Que intervalo, ou cadência

de um fulgor sereno se desprende?

indizível, sucede-se uma lento

o trânsito: imagem do sossego

 

ou passo paralelo que o fende.

Espanto é então outro alento:

o modo (deslumbrado) do apego.

 

                   (revista Hífen)

 

 

Soneto nº 4

 

Por que dor, ou destino, só o pé

avança contra si, traz ao lugar

de pedras e de terra de andar

a circunscrita volta, se até

 

a casa que se houve não desloca?

E assim vai: dobrando, sem resposta,

a ferro qualquer passo, -- se aposta

o sonho nesse canto ou invoca

 

a porta que outrora foi medida.

Nenhum termo, agora, dá à boca

o som que mal concebe: desviado

 

do sulco onde colhe dom e vida.

E a noite que vê aí o toca:

no peito, -- ou no centro do seu lado.

 

 

 

SONETOS

 

                            In memoriam  M.L.

 

I.

Desprende-se de si o movimento

mortal:impiedoso, sibilino,

traçando o, rigorosamente fino,

percurso, com a precisão do vento.

 

Nem a chama nem o silvo precipitam

tal mobilidade: apenas o poder

do aço estabelece o ser –

vil golpe, - pelos dedos que o ditam.

 

Sensível transição: indescritível.

E o móvel liberto torna viva

de um a outro ponto, como fio

 

horizontal, a linha de seu nível.

Instante de rigor; ou só cativa

velocidade, crescendo sem desvio.

 

2.

De fogo, dir-se-á; e é de fogo.

Deflagração aguda; fulminante

partida, inventando-se perante

a sombra, no lugar por onde logo

 

a noite, luminosa, traz seu fosso.

Da boca do revólver vai à boca

do tempo: circunscrevendo a toca

aberta, com a precisão do poço.

Cilíndrica, é fértil; e tão funda

por ela vem seu veio: sinuoso,

vermelho, transparente, - desprendido

 

da terra que o sangue já inunda.

Deslocação do fim, - ou ocioso

trânsito: obsessivo, requerido.

 

                   (revista Limiar)

 

 


 

 

 
 
 
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