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EDUARDO NINAMANGO MALLQUI

 

Huancayo,1947.  Licenciado  n Literaturas hispânicas.

 

Docente en Universidad Autonoma del Peru. 

 

 

REVISTA DA ACADEMIA BRASILIENSE DE LETRAS. 
Direção: Antonio Carlos Osorio.  Brasília. No. 6 –setembro  1987.   Ex. bibl. Antonio Miranda

 

Tradução direta do original quíchua,
por CARLOS AMARAL FREIRE:

 

 

        A TORMENTA

 

A dor está chegando aos povoados

como urna tormenta de sangue.

Clamo aos antepassados que abandonem sua morada

e tragam o sangue dos antigos deuses.

Treme o coração da terra,

treme a fome que não tem barriga

porque dura é a vida,

dura como a seca que açoita os povoados

e deixa sem uma gota de chuva

os animais que morrem no campo.

As árvores que agitam seus galhos

caem no solo, como ave ferida,

e as gramínias já não florescerão.

O homem, velho inventor de histórias de

barro, não poderá deter o fogo da chuva.

Sofrem os homens da terra

e em suas ensangüentadas mãos

nasce um deus desconhecido,

enquanto sua infância caminha pelas ruas

procurando um pedaço de pão.

Os velhos condores da montanha, os "Wamines",

fazem a terra dançar,

também as árvores e as pedras,

com grito de vozes que nasce do rio.

As pessoas, os pássaros

e todos os seres do universo

detém sua pena

como tormenta de chuva,

como árvore da vida,

deixando cair flechas de fogo

nos olhos da águia,

que foge convertida em cinza ardente.

Porque a terra já não é mais virgem,

nem é mais nossa,

as pombas deixam seu lamento

no manancial onde choram as borboletas

Escuta irmão, não é tempo de chorar!

Escuta a voz dos antepassados

que gritam no coração da colina

porque já está chegando a nossa tormenta de chuva.

Não chores tanto, pois me dói o coração,

como o condor que grita nas neves,

como o touro que defende o pampa,

como tu, deus da terra,

que já não queres beber o sangue

das vicunhas, que morrem de sede e fome.

Escuta irmão, não é tempo de chorar!

A terra voltará a ser nossa

porque a tormenta de chuva já está vindo,

está vindo a tormenta de chuva

trazendo peixes dourados, celestiais,

como no céu, onde dançam os nossos antepassados.

 

 

 

Página publicada em agosto de 2020

 


 

 

 
 
 
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