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HERIB CAMPOS CERVERA

(Assunção, 30 de março de 1905 — Buenos Aires, 31 de janeiro de 1960) foi um poeta e escritor paraguaio.

 

TEXTO EN ESPAÑOL   -   TEXTO EM PORTUGUÊS

 

UN HOMBRE FRENTE AL MAR

 

Es como yo: lo siento con mi angustria y mi sangre,

Hermoso de tristeza, va al encuentro del mar,

para que el Sol y el Viento le oreen de agonía.

Paz en la frente quieta; el corazón, en ruinas;

quiere vivir aún para morir más tiempo.

 

Es como yo: lo veo con mis ojos perdidos;

también busca el amparo de la noche marina;

también lleva la rota parábola de un vuelo

                    sobre su anciano corazón.

 

Va, como yo, vestido de soledad nocturna.

Tendidas las dos manos hacia el rumor oceánico,

está pidiendo al tiempo del mar que lo libere

de ese golpe de olas sin tregua que sacude

          su anciano corazón, Heno de sombras.

 

Es como yo: lo siento como si fuera mía

su estampa, modelada por el furor eterno

de su mar interior.

 

                         Hermoso de tristeza,

está tratando —en vano— de no quemar la arena

con el ácido amargo de sus lágrimas.

 

Es como yo: lo siento como sí fuera mío,

su anciano corazón, lleno de sombras...

 

 

TEXTO EM PORTUGUÊS
Tradução: Antonio Miranda

 

UM HOMEM FRENTE AO MAR

É igual a mim: sinto-o com minha angústia e meu sangue.
Formoso de tristeza, vai ao encontro do mar,
para que o sol e o vento o areje de agonia.
Paz na fronte quieta; o coração em ruinas;
quero viver ainda para morrer por mais tempo.

É igual as mim: vejo-o com meus olhos perdidos;
também busca o amparo da noite marinha;
também leva a rota parábola de um voo
                    sobre seu coração ancião.

Vai, como eu, vestido de soledade noturna.
As mãos estendidas para o rumor oceânico,
está rogando ao tempo do mar que o libere
desse golpe de ondas sem trégua que sacode
          seu coração ancião, pleno de sombras.

É igual a mim: sinto-o como se fosse minha
sua figura, modelada pelo furor eterno
de seu mar interior.

                    Formoso de tristeza,
está tratando — em vão — de não queimar a areia
com o ácido amargo de suas lágrimas.

É igual a mim: sinto-o como se fosse meu,
seu coração ancião, pleno de sombras...

 

Página publicada em janeiro de 2014.



 

 

 

 


 

 

 
 
 
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