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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

POESÍA ESPAÑOLA

Coordinación de Aurora Cuevas Cerveró

 




JULIETA PELLICER

 

 

 

(Madrid, 1984)  Poeta y fotógrafa, licenciada en Bellas Artes. Ha publicado poemas y artículos en diversos médios: La Estafeta dei Viento (revista de poesia de La Casa

de América), Paraíso (Granada), Ponte Ias Gafas (Cáceres) y otros. En 2008 recibe Ia Beca de Creación Literária en la modalidad de Poesia de la Junta de Extremadura. Actualmente está terminando su primer libro de poemas Todo es posible y no.

 

TEXTOS EN ESPAÑOL    /   TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

Poemas extraídos de:

La ESCOMBRERA.  POESÍA EN EL ENTORNO.
Prólogo de Niall Binns.  Madrid: Legados, 2011. 
124 p. (Colectivos, 4)  ISBN 978-84-938009-2-5

 

POR VENIR

El futuro gravita
como animal inquieto,
propone adivinanzas sin solución.

Se presenta de golpe y hace burlas
con su cara siniestra,
ahonda en los minutos más celosos.

El riesgo es un atajo en el camino,
um mapa sin leyenda.

Y empiezo a sospechar de las mentiras
que encierran las palavras
mañana, todavia, nunca, hoy.

 

CAMINO A CASA

 

El presente

ofrece solo una oportunidad,

un día para cada día.

 

Las horas devuelven minutos

y el tiempo dispone un puente

hacia nosotros mismos.

Puedes romper la cáscara

o buscar las razones

para no equivocarte.

 

O seguir esperando:

como algunas películas

que se quedan a medias.

 

 


MAPA DE INCERTIDUMBRE

Se desliza en mi piel un labirinto de nubes,
me preguntan
qué caminho es más corto.

Y al final de la tarde
palavras que engarzan ruinas de amor.

 

 

 

HAY ALGO QUE NO PUEDO DECIR TODAVÍA

Las huellas que dejaron
en mi cuerpo
no se pueden cerrar con un abrazo.

Me asomo al mundo con la voz
de una pregunta:
la memoria me tienta con sus redes.

 

 

 

 

AL MARGEN

 

De vértigo
agacharse para tocar la arena,
para beber de la huellas diminutas
un deseo distinto.

 

Asusta desaparecer de golpe,
como la línea trémula
donde se acaba el mar.

 

Pero el cuerpo responde,
todavia
quiere ser barro lejos de los hornos.

 

Junto a la orilla duerme
sin memoria.

 

 

 

 

OTRO CICLO

 

Y como va passando el tiempo ¿por los ojos
si la piel se arruga como una amapola
al final del verano.

 

Las horas no pueden sumarse
hasta agotar el día:
es preciso huir.

 

Los bosques tienen otro ciclo
cuando el niño descubre
el miedo a la muerte.

 

 

 

 

MAPA DE INCERTIDUMBRE

 

Se desliza en mi piel un labirinto de nubes,
me pregunto
qué caminho es más corto.

 

Y al final de la tarde
palabras que engarzan ruinas de amor.

 

 

 

 

DE LOS PÁRPADOS

 

Un perfil de montañas as dibuja a lo lejos
el mito de las coincidencias,
como si por azar pudiéramos evitar la catástrofe.

Cuando subel a fiebre y un hilillo de voz
une sueño y mentira,
como una bandera para la esperanza
que nos dice que sí, que estamos vivos.

 

 

 

 

HAY ALGO QUE NO PUEDO DECIR TODAV�A

 

Las huellas que dejaron
en mi cuerpo
no se pueden cerrar con um abrazo.

 

Me assomo al mundo con la voz
de una pregunta:
la memoria me tienta con sus redes.

 

 

 

 

 

PELLICER, JulietaTodo es posible y no.  Prólogo de Rafael Espejo.  Madrid: Editorial Cuadernos del Labirinto, 2015.  47 p.  (Anaquel de Poesía, n. 51)  15x21,5 cm. 

 

POR VENIR

         Te llaman: porvenir,
         y esperan que tú llegues
         como un animal manso
         a comer en su mano.

         Ángel González

El futuro gravita
como animal inquieto,
propone adivinanzas sin solución.

Se presenta de golpe y hace burlas
con su cara siniestra,
ahonda en los minutos más celosos.

El riesgo es un atajo en el caminho,
um mapa sin leyenda.

Y empiezo a sospechar de las mentiras
que encierran las palabras
mañana, todavia, nunca, hoy.

 

A TIENTAS

Si supiera que vives en otro país
o en otra calle, lejos de mis coordenadas.

Pero mi piel se expone cada día
a la intempérie de las casualidades.

Abandono los hilos y sueño con números:
voy caminando a tientas.

Con los ojos vendados
para no ver si me cruzo contigo.

 

ENTONCES

Cuando una voz emerge de las olas
para gritar mi nombre
y no busca respuesta.

Cuando se exhibe el mundo
como un cuaderno intacto.

Cuando el amor florece
en paralelo
y sobran las semillas.

Cuando el instante quebra.

Entonces sí,
puedo empreender el viaje.

 

 

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TEXTOS EM PORTUGUÊS
 
Tradução de Antonio Miranda

 

 

POR VIR

O futuro gravita
como animal inquieto,
propões adivinhações sem solução.

Apresenta-se de repente e burla
com sua cara sinistra,
aprofunda nos minutos mais ciumentos.

O risco é um atalho no caminho,
um mapa sem legenda.

E começo a desconfiar das mentiras
que contêm as palavras
manhã, ainda, nunca, hoje.

 

CAMINHO A CASA

O presente
oferece apenas uma chance,
um dia para cada dia.

As horas devolvem minutos
e o tempo lança uma ponte
até nós mesmos.

Podes romper a casca
ou buscar as razões
para não equivocar-se.

Ou seguir esperando:
como alguns filmes
que ficam pela metade.

 

NADA DE INCERTEZA

Desliza em minha pele um labirinto de nuvens,
me pergunto
qual o caminho mais curto.

E no final da tarde
palavras que encaixam ruinas de amor.



HÁ ALGO QUE AINDA NÃO POSSO FALAR

Os rastros que deixaram
em meu corpo
não podem terminar em um abraço.

Lanço-me ao mundo com a voz
de uma pergunta:
a memória me tenta com suas redes.

 

 

Traduções de poemas do livro Todo es posible y no.

 

PORVIR

        Te chamam: porvir
          e esperam que tu chegues
         como um animal manso
         para comer em sua mão.

         Ángel González

 

O futuro gravita
como um animal inquieto,
propõe adivinhações sem solução.

Pergunta de repente e burla
com sua cara sinistra,
afunda nos minutos mais ciumentos.

O risco é um atalho no caminho,
um mapa sem legendas.

E começo a suspeitar das mentiras
que as palavras encerram
amanhã, ainda, nunca, hoje.


 

ÁS CEGAS

Se soubesse que vives em outro país
ou em outra rua, longe de minhas coordenadas.

Mas a minha pele expõe-se a cada dia
á intempérie das casualidades.

Abandono os fios e sonho com números:
vou caminhando às cegas.

De olhos vendados
para não ver se cruzo contigo.


 

ENTÃO

Quando uma voz emerge das ondas
para gritar o meu nome
e não busco uma resposta.

Quando se exibe o mundo
como um caderno intacto.

Quando o amor floresce
em paralelo
e sobram as sementes.

Quando o instante se rompe.

Então, sim,
posso empreender a viagem.


 

MARGEM

 

Da vertigem
agachar-se para tocar a areia,
para beber dos rastros diminutos
um desejo diferente.

 

Assusta desaparecer de repente,
como a linha trêmula
onde termina o mar.

 

Mas o corpo responde
ainda
quer ser barro longe do forno.

 

Na beirada dorme,
sem memória.
  

 

 

 DAS PÁLPEBRAS

 

Um perfil de montanhas perfila à distância
o mito das coincidências,
como se por sorte pudéssemos evitar a catástrofe.

 

Quando a febre cresce e um fiozinho de voz
liga o sonho e a mentira,
como uma bandeira para a esperança
que nos diz que sim, que estamos vivos.
 

 

 

 

MAPA DA INCERTEZA

 

Desliza em minha pele um labirinto de nuvens.
e me pergunto
qual é o caminho mais curto.

 

E no fim da tarde
palavras que encadeiam ruinas de amor.

 

 

 

OUTRO CICLO

 

E como vai passando o tempo pelos olhos
se a pele enruga como uma amapola
no fim do verão.

 

As horas não podem somar-se
até esgotar o dia:
é preciso fugir.

Os bosques têm outro ciclo
quando a criança descobre
o medo da morte.

 

 


TEM ALGO QUE NÃO POSSO DIZER AINDA

 

Os vestígios que ficaram
em meu corpo
não podem fechar com um abraço.

 

Lanço-me no mundo com a voz
de uma pergunta:
a memória me tenta com suas redes.
 

Página publicada em agosto de 2011; ampliada e republicada em novembro de 2016.

Ampliada em maio de 2020


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