POESIA CUBANA DE RESISTÊNCIA
Colaboração de Goulart Gomes
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MANUEL NAVARRO LUNA
OBRA POETICA: Ritmos dolientes (Manzanillo, 1919), Corazón adentro (Manzanillo, 1920), Refugio (Manzanillo, 1927), Surco (Manzanillo, 1928), Pulso y Onda (1932), La tierra herida (Manzanillo, 1936), Poemas mambises (Manzanillo, 1944). Obra poética (1966).
INMORTALIDAD
Mientras pueda mirarse tu rostro destruido
y sobre él erigirse una lágrima fuerte;
mientras pueda la luz, tan tuya, contemplarte
iluminando el rumbo postrero de tu frente...
¡aún no será toda la muerte,
sino un poco de muerte...
Nada más que un poco de muerte!
Cuando ya estés debajo de la tierra
en gusanos y polvo convirtiéndote;
cuando ya estés cubierto de agua negra
hundido en la sombra para siempre...
¡aún no será toda la muerte,
sino un poco de muerte...
Nada más que un poco de muerte!
Cuando los que hoy te lloran y los que, tristes, callan
al ver cómo han caído tus oriflamas verdes,
mañana no recuerden tu juventud radiante
ni limpia frescura de tu presencia alegre...
¡Entonces sí será toda la muerte!
¡Toda la muerte...!
Pero si te has resuelto, con tu copa colmada,
a verter su licor en las zonas dolientes,
y mueres batallando por libertar al hombre
de las cadenas frías que lo hieren...
Aunque ya estés caído...
Aunque ya estés inerte...
¡Para tí no habrá muerte!
¡No habrá muerte!
EM PORTUGUÊS
Tradução de Goulart Gomes
IMORTALIDADE
Enquanto possa mirar-se teu rosto destruído
e sobre ele erigir-se uma lágrima forte;
enquanto possa a luz, tão tua, contemplar-te
iluminando o fausto derradeiro e tua fronte
ainda não será toda a morte
senão um pouco de morte...
Nada mais que um pouco de morte!
Quando levemos teu ataúde nos ombros
e na casa quedem chorando as mulheres
e chorem os homens a dor infinita
de perder-te...
ainda não será toda a morte
senão um pouco de morte...
Nada mais que um pouco de morte!
Quando já estejas debaixo da terra
em vermes e poeira convertendo-se;
quando já estejas coberto de água negra
imerso na sombra para sempre...
ainda não será toda a morte
senão um pouco de morte...
Nada mais que um pouco de morte!
Quando os que hoje te choram e os que, tristes calam
ao ver como tem caído teus estandartes verdes
amanhã não recordem tua juventude radiante
nem o claro frescor de tua presença alegre...
Então, sim, será toda a morte!
Toda a morte!
Mas se estás decidido, de cabeça erguida
a derramar teu sangue de forma dolorida
e morres batalhando para libertar o Homem
dos frios grilhões que o ferem...
Ainda que já estejas caído...
Ainda que já estejas inerte...
Para ti não haverá a morte!
Não haverá morte!
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