FÁTIMA VENUTTI
Maria de Fátima Venutii é Paulistana de Osasco (1965). Reside em Blumenau desde dezembro de 2002. Formada em Letras, escreve desde os 11 anos e tem uma paixão por textos que elucidam o encontro de almas, a transformação do “ser” quando está amando.
Participou do grupo Constelação de Poetas, em Osasco/ SP e em 2004 associou-se à Sociedade Escritores de Blumenau- SEB. Possui textos premiados em concursos literários, destacando entre eles “Mulheres em Prosa e Verso” (2005) Ed. Hoje, Casca/RS e 2º Prêmio Ebrhaim Ramadan, Ed. THS Arantes – S. José Rio Preto/ SP.
É membro da Academia Catarinense de Letras e Artes (ACLASC), ocupando a cadeira nº 11, cujo patrono é o poeta Lindolf Bell. Atualmente, preside a Sociedade Escritores de Blumenau - gestão 2007 (www.seblumenau.org)
Blog da autora: http:/fatimavenutti/blogspot
TEXTOS EM PORTUGUÊS / TEXTOS EN ESPAÑOL
De
ÚLTIMO BEIJO/ ÚLTIMO BESO
(Ed, THS Arantes,S. José do Rio Preto/SP, 2007)
- edição bilíngüe (português- espanhol)
RECADO
Entre os corpos,
Entre os astros,
Entre as estrelas...
Sob o mar,
Sob o azul,
Sob o luar...
Então, o amor.
Então, o nascer.
Então, o encontrar.
Eu estarei
eternamente
A te embalar
Em meus fictícios
Versos a voar...
Tua
Nua
A te esperar
CICATRIZES
Quando toco tua cicatriz,
Somatizo e sinto
Todas as raízes
De tuas outras cicatrizes.
Quando posto minhas mãos
Sobre tua cicatriz, adentro,
Profundo em teu caminho, me calo,
Na corredeira de tua perpétua dor.
É neste toque que eu te acolho.
É neste toque que tua dor afago.
É neste toque que respiro o teu passado.
Mas é nessas palmas que teu espírito eu embalo.
Quando toco tua cicatriz,
Recolho e incinero o teu passado
E regozijo infinitamente a tua alma.
INCÓGNITA
Incógnita esta tua chegada
De repente, fez-se o azul.
A clarear meus dias nublados
A emoldurar-me nas noites abissais
A degustar de mim
O resgate dos versos derramados
Na soleira do meu tempo
Incógnito desejo
Que embora distante estejas
Íntimo almejado são teus beijos madrigais
Na ânsia deste novo que principia
Respiro e navego no teu aroma,
Êxtase guardado sob o véu da tua ternura
Calada e distante, confesso
Meu vislumbre por sobre a tua vinda
A rechear-me os dias, já azulados,
Com outra incógnita:
O germinar deste amor
Que agora respira em mim.
ENCONTRO DE ALMAS
Eis-me aqui,
A garimpar os tesouros de minha memória.
Eis-me aqui, solitária,
A esboçar os sonhos que outrora comunguei.
Eis-me aqui, em silêncio
A pernoitar no vazio deste meu templo
Vagando, buscando...
Já não mais creio em que busco...
Em vão...
Segundos me bastam
E eis-me em ti,
A despertar os teus tesouros, tuas memórias.
Eis-me em ti, presa
E a descobrir que sou o teu eixo
Desperto os teus sonhos, único desejo.
Eis-me em ti, ecoando
A cada segundo o meu nome.
Já não estamos sós:
Eu em ti,
Tu em mim.
Um único templo.
BARDO EFÊMERO
É no obscuro silêncio do zênite,
Onde o vento desmancha infrene
Todas as suas nódoas, inda que
Pelas estrelas se possa adejar,
Que este bardo e desvalido homem
Vem sua alma desarmar.
Mendigo de letras a menear sonhos,
A sucumbir de seus próprios motins,
Deflagrando seus desnudos planos
Sonegando destinos e lágrimas sem fim
Mas é no alvorecer do dia
Que sua sina se completa:
Rasgam-se mapas e carmas, enfim.
Eis que na adaga em punho
Renasce novato bardo
No recôndito leito dos meus braços
A orar a nostalgia plácida de um soneto,
A roubar de mim lágrimas áureas,
Pérolas a transformarem e desvelarem
O menino que outrora fora bardo.
E embora bardo efêmero
Inda enamora a primazia
De desarmar toda a sua alma
Agora, em mim.
REVELAÇÕES
De olhar-te um tanto,
Pouco ainda que involuntário,
Resta-me o encanto de roubar-te
Mesmo que seja somente um presságio.
E de sentir-te outra vez, outro tanto,
Inda que acometa um último pecado,
Relicário torna-se a brisa que te roubei
A transformar teu sereno cheiro, único fado.
E que a julgar que o teu olhar e o meu sentir
Já não são mais somente regalos,
Eis que a aurora do outro dia me traz
Na fina seiva do orvalho, este amor enclausurado.
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
TEXTOS EN ESPAÑOL
De
ÚLTIMO BEIJO/ ÚLTIMO BESO
(Ed, THS Arantes,S. José do Rio Preto/SP, 2007)
- edição bilíngüe (português- espanhol)
RECADO
Entre los cuerpos,
Entre los astros,
Entre las estrellas…
Bajo el mar,
Bajo el azul,
Bajo la luz de la luna…
Entonces, el amor.
Entonces, el nacer.
Entonces el encontrar.
Yo estaré
Eternamente
Embalándote
En mis ficticios
Versos volando
Tuya
Desnuda
esperándote
CICATRICES
Cuando toco tu cicatriz,
Somatizo y siento
Todas las raíces
De tus otras cicatrices.
Cuando pongo mis manos
Sobre tu cicatriz, adentro,
Profundo en tu camino, me callo,
en los rápidos de tu dolor perpetuo.
Es en este toque que te acojo.
Es en este toque que tu dolor acaricio.
Es en este toque que respiro tu pasado.
Pero es en esas palmas que tu espíritu embalo
Cuando toco tu cicatriz,
Recojo e incinero tu pasado
Y regocijo infinitamente tu alma.
INCÓGNITA
Incógnita tu llegada
De repente, se hizo el azul
Clareando mis días nublados
Enmarcándome en las noches abismales
Degustándome
El rescate de los versos derramados
En la solera de mi tiempo
Incógnito deseo
Que aunque distante estés
Íntimo ambicionado son tus besos madrigales
En el ansia de lo nuevo que empieza
Respiro y navego en tu aroma,
Éxtasis guardado bajo el velo de tu ternura
Callada y distante, confieso
Mi vislumbre por sobre tu venida
Llenándome los días, ya azulados,
Con otra incógnita:
El germinar de este amor
Que ahora respira de mi
ENCUENTRO DE ALMAS
Heme aquí,
Trillando los tesoros de mi memoria.
Heme aquí, solitaria,
Esbozando los sueños que otrora comulgué,
Heme aquí, en silencio
Pernoctando en el vacío de este, mi templo
Vagando, buscando…
Ya nunca más creo en lo que busco…
En vano…
Segundos me bastan
Y heme en ti,
Heme en ti, presa
Y descubriendo que soy tu eje
Despierto tus sueños, único deseo.
Heme en ti, repercutiendo
Cada segundo mi nombre.
Ya no estamos solos:
Yo en ti,
Tú en mí.
Un único templo.
BARDO EFÍMERO
Es en el oscuro silencio del cenit,
Donde el viento desmonta sin freno
Todas sus máculas, aunque
Por las estrellas se pueda revolotear,
Que este bardo y desvalido hombre
Viene a su alma desarmar.
Mendigo de letras meneando sueños,
Sucumbiendo en sus propios motines,
Deflagrando sus desnudos planes
Encubriendo destinos y lágrimas sin fin
Pero es en al amanecer del día
Que su sino se completa:
Se rasgan mapas y karmas al fin.
He aquí en la daga en puño
Renace novato bardo
En el recóndito lecho de mis brazos
Orando la nostalgia plácida de un soneto,
Robándome lágrimas áureas,
Perlas transformando y desvelando
Al niño que otrora fuera bardo.
Y sin embargo bardo efímero
Aún le hace la corte a la primacía
De desarmar toda su alma
Ahora, en mí.
REVELACIONES
De mirarte un tanto
Poco aunque involuntario,
Me resta el encanto de robarte
Aunque sólo sea un presagio.
Y de sentirte otra vez, otro tanto,
Aunque acometa un último pecado,
Relicario se vuelve la brisa que te robé
Transformando tu sereno aroma, único sino.
Y que a juzgar que tu mirada y mi sentir
Ya no son solamente regalos
Que la aurora de otro día me trae
En la fina savia de rocío, este amor enclaustrado.
Página publicada em março de 2008 |