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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

MARCELO MANGIANTE

 

 

Nació en Paraná, Entre Ríos, Argentina, el 14 de noviembre de 1974. Reside en esa ciudad.

 

Es comunicador social y docente de literatura. Ha recibido más de 30 premios en certámenes de poesía y narrativa en Argentina, Colombia, Chile y España.

 

Fue invitado a: XI Festival Internacional de Poesía de Rosario (2003), I Encuentro Nacional de Poetas de Quilmes (2004) y I Jornadas de Trabajo con Abuelas de Plaza de Mayo (2004).

 

Publicó Haikus del Patio, poemas suyos con dibujos de Sebastián Cabrol (agosto de 2006).

 

Los poemas de Des(artes fueron escritos entre 2001 y 2006 y fueron ilustrados por la artista visual ecuatoriana Raquel Echanique.

 

Estamos diante de um poeta desconcertante, praticante da antipoesia, numa linguagem que vai do surrealismo ao non-sense, com muito sarcasmo e inclemência. Criativo e surpreendente, irrevente. Excelente”. Antonio Miranda

 

 

TEXTOS EM ESPAÑOL  TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

 

VENTILADOR LISIADO

 

El ventilador lisiado espera cabizbajo

junto a una puerta

que ¾ hinchada ¾ no cierra

que aparezca un ladrón caritativo

que lo secuestre

y lo destroce

y revenda o regale sus órganos

lisiados.

 

El ventilador aguarda

que un ladrón cabizbajo lo despedace

cual pollo parrillero

y que a la vieja la abanique luego

con la paleta que le arranque

o que le ofrende a su nene

un búmeran

lisiado.

 

 Y mientras el ventilador espera

un glorioso rapto seguido de descuartizamiento para no escupir más polvo

 

para no insolarse más

para no morir de pie

un ventarrón se mete a la casucha

y lo manda a dormir

quebrado al piso.

 

 

 

HOGUERA DULCE HOGUERA

 

Cortate las uñas para lavar mi teflón

 

si tenés un extractor de aire, dejalo libre

si vuelve a vos, sentí la asfixia

 

usá lo que hay

no seas más pelapapista que el pelapapas

 

si querés planchar con música

no le pidás Perales al Walter Olmos

 

grabate en el ADN

que la patria es un repasador celeste y blanco

que flamea en la cuerda floja

y chorrea de a litros con desdén.

 

 Y lo principal:

no mordás nunca, pero nunca

la mano que te alimenta

si no estás dispuesta

a morir en huelga de hambre.

 

 

 

ENTERRAMOS A LA CINTIA EN EL CANTERO DEL PATIO

 

Hemos reducido las palabras un 75 %

El reflejo del pantaloncito blanco en el vidrio

parece la perra blanca moviéndose aún detrás del vidrio

 

Mi padre sigue con una pala remendada

cavando en la identidad familiar

En dos minutos vamos a tocar fondo

 

Él es un humanista

le preocupan las lombrices

 

A mí no me cambian

en nada:

la tierra, la sangre, las uñas.

 

 

FALCON VERDE

 

Estás colgado de la luz

estás colgado del teléfono, del gas

estás colgado del cable

 

Nada te sostiene

 

Ahí llegan

en esa combi blanca

los tenaces emisarios

cada cual una tenaza

a descolgarte de cualquier línea de indigencia.

 

 

TEXTOS EM PORTUGUÊS

Tradução de Antonio Miranda

 

 

VENTILADOR ALEIJADO

 

O ventilador aleijado espera cabisbaixo

junto a uma porta

que ¾ inchada ¾ não fecha

que apareça um ladrão caridoso

que o seqüestre

e o destroce

e revenda ou presenteie seus órgãos

aleijados.

 

O ventilador aguarda

que um ladrão cabisbaixo o despedace

como frango de churrasco

e que à velha abane logo

com a hélice que lhe arranque

ou que ofereça a seu neném

como um bumerangue

aleijado.

 

E enquanto o ventilador espera

um glorioso rapto seguido de esquartejamento para não cuspir mais pó

 

para não insolar-se mais

para não morrer de pé

um vendaval se mete na choupana

e manda-o dormir

quebrado no assoalho.

 

 

 

FOGUEIRA DOCE FOGUEIRA

 

Corta tuas unhas ao lavar meu teflon

 

se tens um exaustor, deixa-o livre

se volta a ti, sinta a asfixia

 

usa o que tens

não sejas mais papista do que o papa

 

se pretendes engomar com música

não peças Perales ao Walter Olmos

 

grava em teu DNA

que a pátria é um pano de cozinha celeste e branco

que flameja na corda bamba

e goteja aos litros com desdém.

        

E o principal:

não mordas, nunca mesmo

a mão que te alimenta

se não está disposta

a morrer numa greve de fome.

 

 

ENTERRAMOS CINTIA NO CANTERO DO PÁTIO

 

Reduzimos as palabras em 75 %

O reflexo da calcinha branca no vidro

parece a cadela branca movendo-se ainda atrás do vidro

 

Meu pai continua com uma pá remendada

cavando na identidade familiar

Em dois minutos vamos bater no fundo

 

Ele é um humanista

preocupado com a lombrigas

 

A mim não afeta

coisa alguma:

a terra, o sangue, as unhas.

 

 

FALCÃO VERDE

 

Estás dependurado da luz

estás dependurado do telefone, do gás

estás dependurado do cabo

 

Nada te sustenta

 

Aqui chegam

nessa Kombi branca

os tenazes emissários

cada qual um torquês

a desprender-te de alguma linha de indigência.


Ilus. R.Echanique


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