| 
                   Foto: https://www.facebook.com/ 
                    
                  CLORINDA  GATTI 
                    
                  (Argentina, 1968) 
                    Cantante, compositora, atriz y docente argentina. Dedicada a la investigación  del tango como parte de la música afro y latino-americana.  
                    Compuso música original para cine y teataro. 
                    Titular de la cátedra de Educación de Voz em la Licenciatura de Artes del Circo  de al UnTref. 
                    
                    
                    
                  TEXTOS  EN ESPAÑOL   -     
                    
                    
                  MELLO, Regina.  Entre o Samba e o Tango.  Organização: Regina Mello e  Olga Valeska.     Belo Horizonte, MG: Munap e Arquimedes, 2018.   160 p.    15 x 21 cm.  Diagramação e arte  final: Eugênio Daniel Venâncio. Fotos: Israrel Ferreira. Produção Museu  Nacional de Poesia.    ISBN  978-85-89667-57-9    
                  Ex.  bibl. Antonio Miranda, enviado por Regina Mello. 
                    
                    
                                  Ángel de humo 
                     
                    Una sombra echando  humo 
                      y  al final del humo un piano, 
                      aferrado  al vicio, 
                      como  a una ramita en un precipicio. 
   
                      Rio  blanco, rio negro 
                      que  salpica tu regazo. 
                      Una  zamba lerda, 
                      le  da cuerda al fondo sucio del vaso. 
   
                      La  ginebra no te duele, 
                      lo  que te duele es el rancho, 
                      no  hay canto com tanto abrigo, 
                      ni  el tren que te vio descalzo, 
                      para  morir en la pura 
                      soledad  de los milagros. 
                      Ángel  de las alas grises 
                      el  cielo es mucha distancia, 
                      tiene  el piano cicatrices 
                      de  andar tocándote el alma. 
   
   
                      Ya  se rompem los cristales 
                      en  el pátio de tus ojos, 
                      ya  se han vueltos niños 
                      todos  los recuerdos y los demonios 
   
                      Y  al beber tu llanto el piano 
                      se  emborracha y es humano. 
                    
                    
                    
                          Jazmines 
                     
                    Apoyado en la pared un  hombre espera 
                      como  quien no sabe bien si al fin vendrá, 
                      sosteniendo  su ramito de jazmines 
                      como  el aire se perfuma su mirar. 
                      De  repente algo ve entre tanta gente 
                      se  ilumina y se apaga sin chistar, 
                      la  intensidad confunde todos los abrigos 
                      y  él recuesta en la pared su ingenuidad. 
   
                      Ya  lo miro desde mi balcón gastado, 
                      colgado  en la calle de mi soledad 
                      donde  nunca llegan los pasos que espero 
                      y  me canso de mirar gente esperar. 
                      Me  dan ganas de gritarle: “Andá a tu casa, 
                      poné  en agua tus forecitas de ilusión 
                      que  es peor dejar que mueran en tus manos 
                      y  arrojarlas tristemente en un rincón “. 
   
                      Cuantos  ramos de jazmines se marchitan 
                      en  rito empecinado de esperar 
                      nadie  cruza la vereda por las dudas, 
                      los  que esperan no se quieren encontrar. 
                      Una  estrella cae y él no pide nada 
                      distraído  en su amargada condición 
                      yo  le pido mi deseo repetido 
                      balanceando  un tango gris en mi balcón. 
   
                      Pero  de repente ya no pasa gente 
                      y algo desde enfrente me obliga a  mirar 
                      con  lo que queda del pobre ramito 
                      me  saluda muy gentil, quiere subir. 
                      Y  esos pasos suenan como los que espero 
                      me Pregunto si estoy bien em  camisón 
                      esta  noche habrá perfume de jazmines 
                      y  mañana tal vez mueran, tal vez no. 
                     
                    
                    
                    
                    
                  TEXTOS  EM PORTUGUÊS 
                    Tradução de ANTONIO MIRANDA 
                    
                    
                    
                                  Anjo de névoa 
                     
                    Uma sombra lançando  névoa 
                      e  no final da névoa um piano, 
                      aferrado  ao vício, 
                      como  a um galho em um precipício. 
   
                      Rio  branco, rio negro 
                      que  salpica teu regaço. 
                      Um zamba lerdo, 
                      dá  corda ao fundo sujo do vaso. 
   
                      O  gim não te afeta, 
                      o  que te dói é o rancho, 
                      não  tem canto com tanto abrigo, 
                      nem  o trem que te viu descalço, 
                      para  morrer na pura 
                      solidão  os milagres. 
                      Anjo  de asas cinzentas 
                      o  céu a uma grande distância, 
                      o  piano tem cicatrizes 
                      de  andar tocando-te a alma. 
   
   
                      Já  se rompem os cristais 
                      no  espaço de teus olhos, 
                      já  se tornaram crianças  
                      todos  as lembranças e os demônios 
   
                      E  ao beber o teu pranto o piano 
                      se  embriaga e é humano. 
                    
                    
                    
                         Jasmins 
                     
                    Apoiado na parede um homem  espera 
                      como  quem não sabe bem se finalmente virá, 
                      sustentando  seu galho de jasmins 
                      como  o ar que perfuma seu olhar. 
                      De  repente algo vê entre tanta gente 
                      se  ilumina e se retira sem questionar, 
                      a  intensidade confunde todos os abrigos 
                      e  ele recosta na parede a sua ingenuidade. 
   
                      Eu  o observo desde minha varanda usada, 
                      pendurado  no caminho de minha solidão 
                      onde  nunca chegam os passos que espero 
                      e  me canso de mirar tanta gente esperar. 
                      Sinto  vontade de gritar: “Vai para tua casa, 
                      ponha  na água tuas flores de ilusão 
                      pois  é pior deixar que morram em tuas mãos 
                      e  lançá-las tristemente em um recanto“. 
   
                      Quantos  ramos de jasmins murcham 
                      no  rito obstinado de esperar 
                      ninguém  cruza a vereda pelas dúvidas, 
                      os  que esperam não pretende se encontrar. 
                      Uma  estrela cai e ele não pede nada 
                      distraído  em sua amargurada condição 
                      eu  lhe peço com meu desejo repetido 
                      balançando  um tango cinzento em meu rincão. 
   
                      Mas  de repente já passa ninguém 
                      e  algo desde enfrente me obriga a olhar 
                      com  o que resta do pobre galhinho 
                      me  saúda gentilmente, quer subir. 
                      E  esses passam parecem como os que espero 
                      me  pergunto se estou bem na camisola 
                      nesta  noite teremos o perfume dos jasmins 
                      e  amanhã talvez morram, talvez não. 
                       
                       
                      * 
                    
                  VEJA  e LEIA outros poetas da Argentina em nosso Portal:  
                  http://www.antoniomiranda.com.br/Iberoamerica/argentina/anrgentina.html  
                    
                  Página  publicada em fevereiro de 2021 
                
  |